segunda-feira, 14 de junho de 2010

Alta Velocidade reduz as importações de petróleo em 2.300 milhões de euros

Estudo “Análise geoestratégica do comboio de Alta Velocidade no contexto dos mercados do petróleo e do carbono” apresentado hoje, dia 28 de Maio, no II Congresso Nacional Sobre Alterações Climáticas, na EXPONOR conclui que:

• A introdução da Alta Velocidade permitirá reduzir a importação de produtos petrolíferos em cerca de 70 milhões de euros por ano já em 2020;
• Esta diminuição das importações de produtos petrolíferos gerará uma poupança acumulada, até 2040, de 2.300 milhões de Euros.
• A redução das emissões de gases com efeitos de estufa, cerca de 300KTon CO2 em 2020, gerará uma poupança acumulada, até 2040, de 600 milhões de Euros.


A energia é, nos nossos dias, um elemento essencial ao funcionamento da economia, constituindo o sector dos transportes, simultaneamente, um importante consumidor de produtos petrolíferos e emissor de gases com efeito de estufa.

Um planeta com pouco petróleo terá condições para sobreviver se, entretanto, o desenvolvimento tecnológico nos conduzir a uma utilização mais racional da energia e à redução das emissões.

A introdução em Portugal da Alta Velocidade Ferroviária (AV), modo de transporte de grande capacidade para passageiros e mercadorias, será uma peça essencial neste desafio, contribuindo para a redução das importações de petróleo e das emissões de gases com efeito de estufa.

Na sequência de um convite da RAVE, o CEEETA - Centro de Estudos em Economia da Energia dos Transportes e do Ambiente do ISEG - realizou um estudo intitulado “Análise geoestratégica do comboio de Alta Velocidade no contexto dos mercados do petróleo e do carbono”.

Este estudo visou quantificar os impactos da AV nos mercados do petróleo e do carbono e na redução das emissões poluentes e contribuir para a análise das questões geoestratégicas que se colocam à economia portuguesa no sector da energia.

Principais resultados do Estudo

Em termos de energia final, a introdução da AV em Portugal, nos Eixos Lisboa-Madrid, Lisboa-Porto e Porto-Vigo, contribuirá para a redução da importação de produtos petrolíferos, conduzindo, no sector dos transportes, a reduções de 2%, 4% e 13% dos consumos, respectivamente de gasóleo, gasolina e jet (aviação).

Esta redução de consumos permitirá diminuir a factura energética nacional em cerca de 70 milhões de Euros por ano já em 2020 . Em termos cumulativos, a poupança gerada anualmente até 2040 representará cerca de 2.300 milhões de Euros.

Em termos de emissões de gases com efeitos de estufa, a AV em Portugal contribuirá com uma redução de cerca de 300KTon CO2, em 2020, e de 480KTon CO2, em 2040.

Esta redução de emissões de gases com efeito de estufa representa 17% do esforço de redução remanescente a que Portugal se comprometeu e que terá que ser suprido através do Fundo Português de Carbono.

Refira-se que, entre 2007 e 2012, o investimento previsto pelo Estado Português para fazer face ao défice remanescente para o cumprimento das metas de Quioto e aos riscos associados ao cumprimento do Plano Nacional para as Alterações Climáticas é de 356 milhões de Euros no Fundo Português do Carbono.
No mercado do carbono, esta redução representará uma poupança de 20 milhões de Euros por ano . Em termos cumulativos, a poupança gerada anualmente, até 2040, representará cerca de 600 milhões de Euros.

O estudo analisou ainda o papel da AV em cenários de surpresa estratégica (“wild cards”), os quais poderiam implicar consequências muito negativas para a economia nacional.

No âmbito desta análise, foram analisados quatro cenários prospectivos de evolução do sector de transportes e de logística na União Europeia, tendo como ponto comum a importância estruturante do transporte ferroviário.

Foram ainda identificados diferentes cenários com potencial para desencadear uma crise de consequências globais: uma acentuada subida do preço do petróleo, um conflito nuclear limitado no Golfo Pérsico, o aparecimento de uma pandemia global de difícil controlo, entre outros.

Esta análise permitiu concluir que a Alta Velocidade Ferroviária teria um efeito mitigador dos impactos negativos em todos os cenários estudados, funcionando como parte relevante dos futuros planos de contingência, contribuindo para o aumento da redundância dos meios de transporte.

O Estudo foiapresentado no dia 28 de Maio, no II Congresso Nacional Sobre Alterações Climáticas, na EXPONOR.

Ficha Técnica do Estudo

Análise geoestratégica do comboio de Alta Velocidade no contexto dos mercados do petróleo e do carbono (Nov 2009).
Realização: CEEETA - Centro de Estudos em Economia da Energia dos Transportes e do Ambiente.
Promotor: RAVE, Rede Ferroviária de Alta Velocidade S.A.

Estudo e mais informações disponíveis em www.rave.pt
Para esclarecimentos adicionais, contacte:
RAVE – Comunicação e Imagem - Telefone 21 106 41 08/ 00 e-mail - rave@rave.pt

Notícia APEA - CLIMA 2010

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